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15/01/2013

Clarabóia - José Saramago OPINIÃO!!!!!

ClaraboiaClaraboia by José Saramago

My rating: 4 of 5 stars






Razões da escolha do livro: Opiniões muito favoráveis relativamente a este livro.

Proveniência: Biblioteca da minha irmã.

A minha Opinião: 

Tenho tendência para terminar ou iniciar o ano com a leitura de um livro de José Saramago. Não é propositado, simplesmente acontece! Assim, para não fugir à regra, iniciei 2013 com este “Clarabóia” que há muito tempo queria ler.

Logo na primeira página ficamos a saber o seguinte: “Clarabóia, cuja redacção José Saramago terminou a 5 de Janeiro de 1953, consiste num datiloscrito de 319 páginas, assino com o pseudónimo de “Honorato”. É interessante verificar que este livro foi um dos primeiros escritos por Saramago, mas não foi publicado até 2011 (o primeiro livro publicado foi “Terra de Pecado”, em 1947 e depois o escritor esteve sem publicar até 1966).

Por esta razão e pela própria sinopse, este sempre foi um livro que tinha muita curiosidade em ler.

Segundo o próprio escritor “É uma história de um prédio com seis inquilinos sucessivamente envolvidos num enredo. Acho que o livro não está mal construído. Enfim, é um livro também ingénuo, mas que, tanto quanto me recordo, tem coisas que já têm que ver com o meu modo de ser”.

São estas palavras e muitas mais empregues pelo nosso prémio Nobel, neste e noutros livros, que nos encantam e impulsionam a ler as suas obras. É o que acontece comigo!

Na minha opinião, José Saramago é único no modo como descreve os locais, como caracteriza as personagens, como refere a vida. Identificamo-nos, muitas vezes, com os seus pensamentos, aprendemos com os seus livros, faz-nos pensar na vida no geral e na nossa vida, em particular.

“Clarabóia” prendeu-me desde o início. 

É um fresco repleto de personagens, que vivem todas no mesmo prédio, é a história dessas personagens e do seu dia-a-dia: Silvestre, um sapateiro que tem muita experiência de vida, que através da sua janela, enquanto trabalha, vê passar a vida mas reflecte também sobre ela. Casado com Mariana, recebe como hóspede Abel, personagem que tem tanto de misterioso como de interessante. Silvestre e Abel passam muito tempo juntos e entre ambos nasce uma forte amizade, partilhada pelas suas experiências de vida. Diz Silvestre a Abel, numa das suas conversas ”Aprendi a ver mais longe que a sola destes sapatos, aprendi que, por detrás desta vida desgraçada que os homens levam, há um grande ideal, uma grande esperança. Aprendi que a vida de cada um de nós deve ser orientada por essa esperança e por esse ideal. E que se há gente que não sente assim, é porque morreu antes de nascer” – p.219.

Noutro apartamento vivem duas irmãs, Adriana e Isaura, com a mãe e a tia. A primeira tem um diário, a segunda adora ler. Todas passam as noites a ouvir a telefonia. Até que um acontecimento inesperado muda esta rotina…

Lídia, por sua vez, vive à custa de um homem, não é feliz, vai vivendo e sustenta a mãe.

Caetano e Justina vão vivendo também, após a morte da filha, o dia-a-dia que lhes vai chegando, devagar e monótono.

Emílio e Carmem têm um filho, Henrique, mas a rotina e o passar do tempo enfraqueceu o seu amor e assistimos às suas constantes discussões.

Por fim, temos a família de Anselmo (o protótipo do trabalhador, viciado em resultados dos jogos de futebol), a mulher, Rosália, um pouco coscuvilheira e com a mania das aparências e a filha de ambos, Maria Cláudia, que ainda não sabe bem o que quer da vida devido à sua inexperiência.

Nós, leitores, temos a sensação que entramos em casa de cada uma destas personagens como se fosse um filme ou então o nosso próprio prédio: é muito interessante ver a vida de cada um, as ilusões, as aparências, os segredos, as mágoas e as lições de vida.

José Saramago, neste romance, escreve de um modo diferente dos seus outros romances, pelo menos daqueles que tive o grande prazer de ler, nota-se que com o passar dos anos, com a experiência adquirida, a sua escrita foi-se aperfeiçoando. Outra característica interessante da escrita utilizada neste romance é a pontuação ainda existente e que virá a desaparecer posteriormente, como marca do escritor.

É mais um livro extraordinário de quem é, para mim, um dos melhores escritores portugueses de sempre!

Com Saramago aprendo sempre mais sobre a vida e sobre o modo como podemos olhar o mundo e as pessoas que nos rodeiam.

Este não foi o livro que mais gostei de ler do escritor, longe disso, mas é um bom livro que recomendo sem reservas.

Tenho a sensação de que a vida está por detrás de uma cortina, a rir às gargalhadas dos nossos esforços para conhecê-la. Eu quero conhecê-la. P.131.
Em todas as almas, como em todas as casas, além da fachada, há um interior escondido. Raul Brandão.

O melhor: As lições de vida que retiramos sempre da leitura das obras de José Saramago.

O pior: Às vezes há paragens na acção…

O Autor:
Consagrado escritor português, José Saramago nasceu a 16 de novembro de 1922, em Azinhaga, no concelho da Golegã.
Ficcionista, cronista, poeta, autor dramático, coube-lhe a honra de ser o primeiro autor português distinguido com o Prémio Nobel da Literatura, em 1998, consagrando, no seu nome, o prestígio das letras portuguesas contemporâneas além-fronteiras.
Revelou-se como poeta com a coletânea ´Os Poemas Possíveis (1966), a que se seguiria Provavelmente Alegria (1970), desenvolvendo, simultaneamente, uma longa experiência como cronista, coligida nos volumes Deste Mundo e do Outro (1971), A Bagagem do Viajante (1973), As Opiniões Que o D. L. Teve (1974) e Os Apontamentos (1976). Destes dois registos fez o campo de ensaio, para, com 44 anos, encetar uma amadurecida carreira de romancista, que deixaria para trás experiências ficcionais ainda não suficientemente reveladoras, como Terra de Pecado, de 1947.
Nos anos 80, conhece um sucesso fulgurante, junto do grande público e da crítica especializada. É durante esta década que publica os títulos que o celebrizaram, como Memorial do Convento (1982), O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984) ou A Jangada de Pedra (1986).
José Saramago é comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada desde 1985 e cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras Francesas desde 1991. Para além do prémio Nobel, foi galardoado com o Prémio Vida Literária, atribuído pela APE, em 1993, e com o Prémio Camões, em 1995. Em 1999 foi doutorado honoris causa pela Universidade de Nottingham, em Inglaterra, e em 2000 pela Universidade de Santiago, no Chile; e, em 2004, pela Universidade de Coimbra, em Portugal, e pela Universidade de Charles de Gaulle-Lille III, em França.
Morreu a 18 de junho de 2010, aos 87 anos, na sua residência na localidade de Tías, em Lanzarote, nas Canárias.

A minha classificação: 6 – Muito Bom.

Período de Leitura: De 30 de Dezembro de 2012 a 3 de Janeiro de 2013.

27/12/2011

Caim - José Saramago

My rating: 5 of 5 stars

Razões da escolha do livro: Desafio Dezembro – Livro de Bolso.

Proveniência: a minha biblioteca. 



A minha Opinião:
Filho primogénito de Adão e Eva segundo o Antigo Testamento da Bíblia, Caim sentiu ciúmes por Deus ter preferido as ofertas feitas pelo irmão mais novo, Abel, e matou-o, cometendo o primeiro homicídio na história da Humanidade. Este é o início do livro, a premissa que nos guiará ao longo de toda a leitura.
Depois de cometer este homicídio, Caim recebe a visita de Deus, que o marca na cabeça para toda a vida, fazendo com que seja reconhecido aonde quer que vá, representando uma marca do seu pecado. A partir daí assistimos a um "confronto" entre Deus e Caim.
Caim foge da sua terra e no seu percurso depara-se com diferentes momentos bíblicos do Antigo Testamento (como o episódio da Torre de Babel, da Arca de Noé, do episódio entre Abraão e Ismael, a destruição de Sodoma e Gomorra). Ao longo de todo o caminho deparamo-nos, por um lado, com a visão de Caim e, por outro, a visão de Deus.
Deus é retratado neste livro como uma entidade má e vingativa, nada coincidente com a imagem que temos d'Ele do Novo Testamento.
A descrição dos episódios bíblicos, elaborados sob o olhar de Caim (que afinal cometeu o primeiro homicídio da humanidade) é muito interessante porque afinal leva-nos a repensar um pouco como será realmente Deus? Que poder teria?
Com este livro tomei conhecimento de muitos factos da História do Antigo Testamento que não conhecia e os que conhecia foram colocados em dúvida.Apesar de ser católica, julgo importante ler e reflectir sobre o papel de Deus e sobre a evolução da Humanidade.
E tal como refere José Saramago na contracapa este poderia ser o resumo do livro:”A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele”.
Mais um livro extraordinário e único de José Saramago que, para além da escrita rica, nos surpreende com temas actuais e, inclusivamente, polémicos!!
Fiquei super curiosa para ler "Evangelho segundo Jesus Cristo" que ainda tenho que adquirir e que, ao contrário de "Caim" se refere ao Novo Testamento. Seria muito interessante comparar os dois livros!!!
Adorei e dá muito que pensar...Aliás como já é habitual com os livros deste escritor!!!!

O melhor: A capacidade de José Saramago nos deixar a pensar em coisas ou factos que nós pensávamos não termos dúvidas. A escrita inigualável deste escritor!!!!

O Pior: A História entre Abraão e Ismael que me chocou bastante! Como pode Deus pedir a um pai que mate o próprio filho para provar a sua fé?

O autor:
Prémio Nobel da Literatura 1998.
Consagrado escritor português, José Saramago nasceu a 16 de novembro de 1922, em Azinhaga, no concelho da Golegã.
Ficcionista, cronista, poeta, autor dramático, coube-lhe a honra de ser o primeiro autor português distinguido com o Prémio Nobel da Literatura, em 1998, consagrando, no seu nome, o prestígio das letras portuguesas contemporâneas além-fronteiras.
José Saramago é comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada desde 1985 e cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras Francesas desde 1991. Para além do prémio Nobel, foi galardoado com o Prémio Vida Literária, atribuído pela APE, em 1993, e com o Prémio Camões, em 1995. Em 1999 foi doutorado honoris causa pela Universidade de Nottingham, em Inglaterra, e em 2000 pela Universidade de Santiago, no Chile; e, em 2004, pela Universidade de Coimbra, em Portugal, e pela Universidade de Charles de Gaulle-Lille III, em França.
Morreu a 18 de junho de 2010, aos 87 anos, na sua residência na localidade de Tías, em Lanzarote, nas Canárias.

A minha Classificação: 7 – Excelente!

Período de Leitura: De 6 a 13 de Dezembro de 2011.

05/10/2010

Depois da Leitura de...."A Viagem do Elefante" de José Saramago

Edição/reimpressão: 2008

Páginas: 285

Editor: Editorial Caminho

ISBN: 9789722120173
 
Sinopse:
Em meados do século XVI o rei D. João III oferece a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V, um elefante indiano que há dois anos se encontra em Belém, vindo da Índia.
Do facto histórico que foi essa oferta não abundam os testemunhos. Mas há alguns. Com base nesses escassos elementos, e sobretudo com uma poderosa imaginação de ficcionista que já nos deu obras-primas como Memorial do Convento ou O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago coloca agora nas mãos dos leitores esta obra excepcional que é A Viagem do Elefante. Neste livro, escrito em condições de saúde muito precárias não sabemos o que mais admirar - o estilo pessoal do autor exercido ao nível das suas melhores obras; uma combinação de personagens reais e inventadas que nos faz viver simultaneamente na realidade e na ficção; um olhar sobre a humanidade em que a ironia e o sarcasmo, marcas da lucidez implacável do autor, se combinam com a compaixão solidária com que o autor observa as fraquezas humanas.
Escrita dez anos após a atribuição do Prémio Nobel, A Viagem do Elefante mostra-nos um Saramago em todo o seu esplendor literário.

A Minha Opinião:
"Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam", assim se inicia este romance sobre a viagem de um elefante, de Lisboa a Viena, no Séc. XVI.

São muito interessantes as descrições da época, ao mesmo tempo verídicas e também irónicas e sátiras, enaltecidas muito ao estilo de Saramago.

Não é, de modo nenhum, a meu ver, o melhor livro do escritor porque falta o sentido de humor negro que muito o caracteriza e a que já me habituou noutros livros e abundam neste as descrições paisagísticas que arratam a narrativa dando origem à escassez de acção.

Contudo, é um livro que se lê bem e em que o autor critica abertamente o poder monárquico de Portugal e Áustria dessa época.

Para além do elefante (como é óbvio), destaco também a personagem Subhro, o tratador, pelas suas tiradas muito engraçadas.

Classificação:7/10.

Iniciado em 28 de Setembro e terminado em 3 de Outubro de 2010.

08/10/2009

Ensaio sobre a Lucidez - José Saramago


Edição/reimpressão: 2004

Páginas: 330

Editor: Editorial Caminho

ISBN: 9789722116084



Sinopse:
Num país indeterminado decorre, com toda a normalidade, um processo eleitoral. No final do dia, contados os votos, verifica-se que na capital cerca de 70% dos eleitores votaram branco. Repetidas as eleições no domingo seguinte, o número de votos brancos ultrapassa os 80%.
Receoso e desconfiado, o governo, em vez de se interrogar sobre os motivos que terão os eleitores para votar branco, decide desencadear uma vasta operação policial para descobrir qual o foco infeccioso que está a minar a sua base política e eliminá-lo. E é assim que se desencadeia um processo de ruptura violenta entre o poder político e o povo, cujos interesses aquele deve supostamente servir e não afrontar.

Ensaio sobre a Lucidez constitui uma representação realista e dramática da grande questão das democracias no mundo de hoje: serão elas verdadeiramente democráticas? Representarão nelas os cidadãos, os eleitores, um papel real, e não apenas meramente formal?

A minha Opinião:

A escolha da leitura deste livro baseou-se fundamentalmente no facto de, tal como a sua acção, vivermos actualmente duas fases eleitorais ( primeiro as legislativas e proximamente as autárquicas). Assim, nada melhor que analisarmos a opinião de José Saramago sobre a política nacional que, após a leitura do livro, concluímos não ter mudado significativamente desde o ano em que o livro foi publicado (2004).

Pautado pela escrita incomparável de Saramago bem como pelo seu sentido de humor, este livro constitui uma crítica explícita ao poder instituído e às instituições políticas que o constituem (são os ministros que nada fazem, é o Presidente da República que se encontra imóvel perante as adversidades, etc).

Após uma votação em branco maciça, o caos instala-se numa cidade sem nome e a anarquia substitui a tranquilidade presente até então. E então que atitude tomam os governantes? Fogem da cidade, deixando os cidadãos entregues a si próprios, sem leis, sem regras...

Então eis que surge a ideia luminosa introduzida por uma carta anónima: não passará tudo isto de uma conspiração contra o governo e contra a capital?

Neste marasmo político e social e para o espanto de nós, leitores, surgem personagens já por nós conhecidas de "Ensaio sobre a cegueira".

Devo dizer que realmente esta mudança no decorrer da acção me surpreendeu pela positiva e uma leitura já de si interessante tornou-se ainda mais cativante!

Assim, este livro poder-se-á considerar a continuação do livro " Ensaio sobre a cegueira", sendo a cegueira branca substituída pela "lucidez do voto em branco" (também uma epidemia?ou uma conspiração?).

A partir do momento de "entrada em cena" da mulher que não havia cegado há quatro anos e de todo o restante grupo entrámos numa busca incessante ao responsável pela conspiração.

Quem são os responsáveis?E porquê?

Neste prisma, Saramago tece novas críticas: à polícia, aos órgãos de comunicação social e à justiça.

O soberbo desenrolar da acção tem o seu apogeu no final do livro que é simplesmente surpreendente e ao mesmo tempo revoltante.

Maravilhosamente bem escrito, mais uma vez Saramago não me desilude com a sua capacidade realística e humorística.

Mais um livro que recomendo vivamente e sem reservas!

Classificação - 9/10

Iniciado em 20 de Setembro e terminado a 7 de Outubro.


12/05/2009

Comentário ao Livro "Ensaio Sobre a Cegueira" de José Saramago

Mais uma vez Saramago surpreendeu-me....

Desde que li e adorei as "Intermitências da Morte" e devido também à enorme publicidade feita ao filme, tive vontade de pegar neste livro e não me arrependi...

No fundo, é a história de seis pessoas que de um momento para o outro cegam e de mais uma que por extraordinário que possa parecer é a única que não fica cega...É o relato da sobrevivência destas personagens, numa sociedade de cegos.

O livro faz-nos pensar na importância dos sentidos e de como a visão é essencial!
No dia-a-dia não nos apercebemos disso porque a visão já faz parte de nós. Todavia, e se tudo mudasse e ficássemos cegos?

É o relato da luta pela sobrevivência... É a antítese das nossas vivências, são os conflitos e a lei do mais forte.

No meio de tudo isto há, todavia, tempo para amar e para se tirar o melhor partido das situações.

Esta história tem também uma moral:afinal para que servem as aparências num mundo de cegos? Num mundo em que cada um só vê aquilo que quer? Não é, no fundo, essa a realidade da sociedade mundial que apesar de não ser cega (pelo menos do ponto de vista patológico), só vê o que lhe convém?

Saramago chama a atenção para a importância de se "ver" com "olhos de ver" para além do óbvio, para além das convenções e aparências e "olhar" sobretudo o interior do Ser Humano.
Este livro é um "olhar" sobre a sociedade sem rosto...sem aparência, unicamente sentidos e atitudes, porque no fundo homens e mulheres são todos iguais - são cegos.

Pelo enredo e mais uma vez pela mestria da linguagem e da escrita, este é um livro sem dúvida alguma para ler e reflectir!!!

Resta agora ver também o filme...

Classificação - 5 (Muito Bom)

11/04/2009

O Livro do Momento...

A cegueira é a metáfora da desumanização e da indignidade do homem. Com ela, irrompem os demónios e os monstros apocalípticos: a fome, a violência, a crueldade, a bestialidade... O manicómio desactivado onde são encerrados os cegos e os contaminados é a metáfora dos campos da morte da nossa excruciante memória histórica contemporânea. A sujidade nauseabunda dos corpos, das camaratas, dos corredores e das sentinas do manicómio e o cheiro pestilencial que envolve e mortalmente abafa toda a cidade são metáforas do apodrecimento do homem. O manicómio e a cidade fantasmática, no seu horror absoluto, são a visão sublime e grotesca da aflição, do sofrimento, da indignidade e da loucura dos homens.....
Ensaio sobre a cgueira é um romance de José Saramago, publicado em 1995 e traduzido para diversas línguas. A obra tornou-se uma das mais famosas do escritor, juntamente com Todos os Nomes, Memorial do Convento e O Evangelho Segundo Jesus Cristo.


A personagem central deste romance, D.Simoa Godinha, é uma das figuras históricas mais intrigantes e misteriosas da Lisboa do século XVI. Tendo nascido em S.Tomé, no seio de uma família rica de fanzendeiros, acabaria mais tarde, já casada com o fidalgo Luís de Almeida, por vir viver para a capital do reino, onde viria a expressar o seru carácter profundamente humano através de inúmeras obras de caridade, nomeadamente junto da Misericórdia. Nas veias desta Dama Negra da Ilha dos Escravos confluiam sangue negro e branco, encontro auspicioso que produziria uma belissima mulata de magníficos olhos verdes que se sentia parte de dois mundos - privilegiada por nascimento mas próxima dos deserdados da fortuna, e muito em particular, dos escravos negros. Ficamos a conhecer toda a sua vida - a infância e juventude no exotiso de S. Tomé, a paixão por Luís de Almeida, a sua influência na sociedade lisboeta da época neste romance soberbo, escrito em tom confessional, que tão bem soube captar as múltiplas nuances desta personalidade apaixonante.

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