My rating: 5 of 5 stars
Ficha do livro aqui!
Razões da escolha do livro: Muita curiosidade em ler este grande livro de um grande escritor: Ken Follett. As temáticas envolvidas também me interessam bastante!
Proveniência: A minha biblioteca.
A minha Opinião:
Tenho este livro por ler desde o Natal de 2010 e só agora tive coragem de pegar neste grande calhamaço de novecentas e tal páginas.
Este livro sempre me despertou o interesse por diferentes razões: é o primeiro de uma trilogia referente aos grandes acontecimentos históricos que marcaram o Séc. XX no mundo (adoro saber mais sobre História e sobre as mentalidades de um século); é escrito por um dos melhores escritores da actualidade, Ken Follett, do qual já tive o prazer de ler excelentes obras, tanto policiais como romances históricos (com destaque, pela sua qualidade, para “Os Pilares da Terra” e “Um Mundo sem fim”; é um livro com muitas personagens o que sempre me agradou nos livros e, finalmente, é um livro grande com muitas páginas e eu adoro livros grandes, ditos “calhamaços”.
Por essa razão, depois desta leitura, fiquei na dúvida como haveria de efectuar a sua crítica. Depois de muito reflectir decidi fazê-la mais sucintamente, referindo-me contudo, a cada parte do livro em particular.
Assim, esta crítica irá ser tão desenvolvida como o livro já que merece uma especial atenção da minha parte e dos pormenores que o constituem.
O primeiro grande acontecimento histórico descrito no livro e que o define sem dúvida é a Primeira Guerra Mundial.
Após uma primeira parte do livro em que assistimos à descrição da vida social e cultural das diferentes famílias que irão ser a base fulcral de toda a narrativa (cinco no total: Gaulesa, Alemã, Inglesa, Russa e Norte Americana), das suas relações e descrições do seu quotidiano, hábitos, opiniões, condições sociais, dá-se uma reviravolta nas suas vidas quando eclode a Primeira Guerra e nada mais será como antes.
A segunda parte do livro coincide, assim, com o início da Primeira Guerra Mundial. Abundam as descrições referentes às diferentes batalhas (parecendo, inclusivamente, aos leitores, que estamos presentes nas mesmas, o que é muito marcante e demonstra a forma como Ken Follett confere realidade ao livro). Passamos assim por batalhas determinantes como a do Somme, Verdun e assistimos à morte de uns soldados e à vitória de outros.
Follett dá-nos uma perspectiva de ambos os lados da Guerra: por um lado, a Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico, França, Império Rússo e mais tarde os EUA) e, por outro, as Potências Centrais (Império Alemão, Império Austro – Húngaro e Império Turco – Otomano). O sofrimento e os sentimentos das diferentes personagens que conhecemos na primeira parte do livro são aqui intensamente descritas (tanto daqueles que partem para a Guerra como dos familiares que ficam em casa e aguardam o seu regresso).
A emoção rege a História, os factos verídicos dão-nos que pensar e as mentalidades da época são focadas de um modo muito real e preciso.
Neste contexto, surge também uma questão fundamental: o sufragismo, ou seja, a luta pelo direito das mulheres ao voto, de um modo igualitário aos homens. Este movimento surgiu sobretudo após a Revolução Industrial e teve, durante a Guerra, um forte impulso. No Livro, há personagens que defendem este ideal: afinal numa época em que os Homens partem quem senão as mulheres para tomarem as rédeas das casas e tornarem-se, em alguns casos, o pilar da sociedade? As sufragistas são fundamentais nesta época e as suas acções são postas a nu neste romance de uma forma magistral!
A postura dos Estados Unidos da América perante a Guerra é, como sabemos, muito particular, e é também brilhantemente transcrita para o livro. Aliás, passado pouco mais de um ano da sua entrada na Guerra é assinado o Armísticio e proclamada a Sociedade das Nações.
Paralelamente ao decorrer da Guerra, na Rússia, dá-se a Revolução Bolchevique (a meu ver esta descrição é a parte mais desinteressante do livro mas ficamos a saber muito mais sobre este tema e aprendemos muito.
Por fim, a terceira e última parte do livro, denominada “um novo mundo que nasce”, comporta, basicamente, o desenlace das personagens após a Guerra e é uma preparação para o próximo volume da trilogia : “O Inverno do mundo”.
Curiosamente, foi a parte do livro que menos gostei provavelmente devido ao facto de as duas partes anteriores estarem repletas de acção e esta, pelo contrário, ter escassez da mesma. Contudo, é sempre agradável ver o que acontece às personagens com quem nos familiarizarmos ao longo de tantas páginas e após tanto sofrimento.
No global, com este livro aprende-se muito sobre História, com factos reais e descrições precisas que denotam uma grande investigação levada a cabo pelo escritor e uma preocupação em relatar os factos de uma forma realista mas sem se tornar enfadonha.
É um livro excepcional, brilhantemente bem escrito e não tarda irei ler o segundo volume “ O Inverno do Mundo”., Recomendo sem reservas!!
O melhor: As temáticas abordadas, a escrita do escritor, o facto de a par com personagens fictícias estarem presentes também personalidades históricas (como por exemplo Lenine).
O pior: São poucos os aspectos negativos a apontar a este livro contudo ,a meu ver, seria fulcral ter um friso cronológico e um mapa para ajudar os leitores a se localizarem no tempo e no espaço.
O Autor:
Ken Follett, nasceu a 5 de Junho de 1949, em Cardiff, Wales. Formado em filosofia, é um autor de grande sucesso, que vê os seus livros darem regularmente origem a filmes ou séries televisivas. A sua primeira obra foi publicada em 1978 sob o título Eye of the Needle, um thriller que venceu o Edgar Award e deu origem a um filme. O seu próximo projeto será a muito aguardada sequela de Os Pilares da Terra. O espólio de Ken Follet está armazenado numa coleção exposta na Saginaw Valley State University, nos Estados Unidos e inclui notas, esboços, manuscritos e correspondência. Follett é um grande apreciador de Shakeaspere e um músico amador.
A minha classificação: 8 – Imperdível.
Período de Leitura: De 23 de Setembro a 3 de Outubro de 2012.