Edição:
Setembro 2003
Nº
Páginas: 255
ISBN:
8497890663
Sinopse:
Ao
contrário do que o título possa indicar, esta história não se passa no Outono
nem em Pequim, mas no imaginário deserto da Exopotâmia, onde um estranho Sol
emite raios negros e um grupo de pessoas bastante original tenta construir uma
estação de comboios com vias- -férreas que levam a lado nenhum.
Num
cenário onde reinam o ilógico, o absurdo e o improvável, Vian, misturando um
fantástico humor com uma desigual quantidade de náusea, introduz várias
personagens excêntricas, tais como os melhores amigos Ana e Ângelo, ambos
engenheiros, e Rochela, que se apaixona pelo primeiro, e se torna sua amante,
enquanto Ângelo está loucamente apaixonado por ela. Além deste trio, deparamos
ainda com o doutor Manjamanga, o arqueólogo Atanágoras Porfirogénito e Pipa, o
dono do hotel, entre outros - todos eles num lugar que se assemelha a Alice no
País das Maravilhas, de Lewis Carroll, onde existe um matiz negro e tudo é
possível, excepto a felicidade.
A minha Opinião:
A leitura de Clássicos da literatura tem
sido, como já referi noutras críticas, um grande desafio pautado por uma
aprendizagem constante, tanto de costumes e hábitos da época em que são
escritos, como também as diferentes formas de escrever e de ver a vida e a
sociedade pelos seus autores.
Devo confessar que, até pegar neste livro
pouco ou nada sabia acerca do escritor Boris Vian e esta leitura foi, afinal,
uma agradável surpresa!
Esta é a história de um grande número de
personagens, muito caricatas, que se mudam para a Exopotâmia (um local
totalmente inventado pelo autor), com o intuito de trabalharem na construção de
uma nova linha de caminhos-de-ferro.
Com um aguçado sentido de humor e muita
imaginação, acompanhamos essas personagens na sua mudança de vida e pelo meio
acontecem muitas aventuras e desventuras que se assumem, no fundo, como
ensinamentos ou lições de vida para nós leitores.
Boris Vian escreve muito bem e, segundo o meu
ponto de vista, tem uma “pitada” do modo de escrever de José Saramago, por um
lado, e por outro tem traços da narrativa de George Orwell, na medida em que
grande parte da história é totalmente surreal e imaginária – exemplo disto é o
título que nada tem a ver com a história, já que não decorre durante o Outono
nem na cidade de Pequim.
Ainda soltei umas boas gargalhadas à custa
deste livro devo salientar que, apesar de ser uma leitura difícil, é muito
interessante e aconselho sobretudo a quem tem uma mente aberta para o surreal e
para o absurdo.
O Autor:
Bruscamente
falecido com a idade de 39 anos, Boris Vian (1920-1959) teve tempo para ser, em
simultâneo, engenheiro, inventor, músico e crítico de jazz, poeta, romancista,
cenarista, autor dramático, tradutor, cronista, declamador, intérprete das suas
próprias canções e actor. Entre as suas obras mais conhecidas podem referir-se,
para além deste O Outono em Pequim, os romances A Espuma dos Dias (1946) e O
Arranca Corações (1953
A minha classificação: 5 – Bom.
Período de Leitura: De 14 a 19 de Abril de 2013.
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