Edição/reimpressão:
2012
Páginas:
480
Editor:
Dom Quixote
ISBN:
9789722050517
Sinopse:
Alyshia D’Cruz, filha do magnata indiano Francisco
«Frank» D’Cruz, cresceu entre Londres e Mumbai, num meio privilegiado. Mas uma
noite, depois de uma festa com muito álcool, Alyshia entra no táxi errado...
Charles Boxer, ex-militar e ex-polícia, encontrou a
sua vocação na segurança privada. A sua especialidade: raptos e resgates. Mas é
uma vida sem raízes, que não impressiona a filha adolescente, Amy, nem a mãe
desta, a sargento-detetive Mercy Danquah.
Quando D’Cruz contrata Boxer para encontrar Alyshia,
este percebe que o complicado império empresarial de Frank lhe valeu muitos
inimigos. Apesar da imensa fortuna de D’Cruz, os raptores não querem dinheiro -
preferem um jogo cruel e letal. Mas o governo do Reino Unido não quer que o seu
novo grande investidor perca a filha no centro da capital. Agentes do MI6 na
Índia seguem as pistas de Boxer e, quando o rasto se cruza com uma conspiração
terrorista em Londres, depressa se torna aparente que não é apenas a vida de
Alyshia que está em causa.
Para salvar Alyshia, Boxer tem de fintar fanáticos
religiosos, mafiosos indianos e senhores do crime londrinos. Pena Capital é uma
viagem arrepiante ao lado negro de pessoas e lugares que estão escondidos, à
espera do momento certo para destruir uma vida.
A minha Opinião:
Esta é a
história sobre um rapto. É um thriller e não um policial, mas mesmo assim com a
mestria que a escrita de Robert Wilson aplica em todos os seus livros, “Pena
Capital” consegue prender o leitor, é rico em temáticas, dá que pensar e vale a
pena ler.
A acção
desenrola-se em diferentes locais mas foca-se, sobretudo, em Londres quando,
nas vésperas dos Jogos Olímpicos, a filha de um importante magnata é raptada.
Como se de
um filme se tratasse, os leitores são convidados a assistir a diferentes planos
da acção (ora estamos em Londres, com Alyshia D´Cruz, a filha do magnata que
foi raptada e assistimos também ao modo como esta é mantida em cativeiro; ora
acompanhamos as negociações levadas a cabo por outra personagem, Charles Boxer
com o intuito de libertar Alyshia; ora acompanhamos toda a rede de crimonossos responsáveis
pelo rapto e todos os actos que planeiam).
O livro é
repleto de actividade frenética e de personagens (demasiadas, a meu ver, sendo
fulcral um índice numismático, que infelizmente não existe) acompanhadas pelos
seus retratos psicológicos.
Pouco a
pouco, tomamos conhecimento que todos esses intervenientes têm algo a esconder
e que, apesar de tudo, sejam criminosos ou não, são humanos e, como tal,
cometem erros que podem influenciar as suas vidas e as daqueles que as rodeiam.
À
semelhança do que acontece no “Quarteto de Sevilha” ( “O cego de Sevilha”, “As
mãos Desaparecidas”, “Assassinos Escondidos”, “A Ignorância do Sangue”), Robert
Wilson acentua o carácter psicológico das personagens, apesar de serem géneros
literários totalmente diferentes.
No meio da
aventura, existe espaço ainda para o romance o que me cativa sempre.
De todas
as personagens, destaco a de Charles Boxer, negociador responsável pelo rapto,
que possui uma personalidade muito vincada, com um passado complicado e um
presente igualmente controverso, sobretudo no que se refere à sua relação com a
filha, Amy.
Aliás,
pelo final em aberto, podemos inferir sobre a possibilidade de vir a existir
uma série de livros com base nesta personagem, à semelhança do que Robert
Wilson escreveu no “Quarteto de Sevilha”, com o Inspector Javier Fálcon.
Com esta
leitura tive a oportunidade de aprender muito sobre as sociedades islâmicas,
indianas, europeias; sobre a corrupção; sobre o terrorismo que, infelizmente,
atinge actualmente o mundo.
O único
inconveniente deste livro foram os nomes das personagens que me fizeram ler
mais lentamente porque muitas vezes tive necessidade de ir atrás na leitura para
perceber quem eram.
Robert
Wilson cativa o leitor, caracteriza magistralmente as personagens e o enredo. Escolhe
personagens complexas e actuais e, mais uma vez, sublinho que é um dos meus
escritores favoritos da actualidade.
O Autor:
Robert
Wilson nasceu em 1957.
Doutorado
pela Universidade de Oxford, trabalhou em navegação, publicidade e comércio em
África, e viveu na Grécia e na África Ocidental. Divide o seu tempo entre
Inglaterra (Oxford) e Portugal, sendo proprietário de uma pequena quinta no
Alentejo.
É
autor de dez romances de sucesso. Destacamos A Companhia de Estranhos (2009) e
o quarteto de Sevilha: O Cego de Sevilha (2004); As Mãos Desaparecidas (2006);
Assassinos Escondidos (2007); e A Ignorância do Sangue (2009) obras que
revelaram e celebrizaram o inspector jefe Javier Falcón. Os dois primeiros
livros desta série acabam de ser adaptados para televisão pela Sky Atlantic,
estando prevista a sua emissão em finais de 2012.
A
minha classificação: 6 – Muito Bom.
Período de Leitura: De 1 a 10 de Abril de 2013.
1 comentário:
Mais uma excelente crítica que me vai levar a ler esta obra de um autor já meu conhecido e de que gosto muito.
Os bons críticos literários devem ser os que nos despertam, cada vez mais, o gosto de ler, sempre com a capacidade de escolher BONS livros de diferentes géneros.
CONTINUA ESTEFÂNIA!!!!!
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