26/11/2013

A Ilha Debaixo do Mar - Isabel Allende OPINIÃO!!!!

Porto Editora|512Páginas|ISBN: 978-972-0-04481-5
Zarite ou Tete é uma jovem que trabalha numa plantação na ilha de Saint Domingue, actualmente denominada Haiti.  Teve a sorte , contudo, de contrariamente ao que acontece a muitos dos seus semelhantes,  não ser obrigada a trabalhar no campo nem ser submetida aos maus tratos infligidos nessa época aos escravos. 

Esta é a história desta menina que rapidamente se torna mulher e como a sua função de criada e governanta lhe proporcionou um melhor estilo de vida acedendo inclusivamente à história da vida dos patrões, a qual tomamos conhecimento através dos seus relatos. As descrições da vida dos escravos em contraponto com a dos patrões e dos capatazes, são muito realistas e, por isso, em certos momentos,  fiquei chocada com esse tratamento e com o que os escravos sofriam.

O livro está dividido em duas partes: na primeira é-nos dado a conhecer a ilha de Saint-Domingue, actual Haiti, uma colónia francesa e um dos principais destinos dos escravos chegados de África, mais especificamente da Guiné. Na segunda parte, a acção desloca-se para Nova Orleães, antiga colónia francesa, depois espanhola e por fim entregue aos estadudinenses.

Com o passar dos anos, intercalando a narrativa com passagens ao estilo de um diário de Zarite, ficamos a par da vida de diferentes personagens,  com as quais rapidamente nos identificamos ou, em contraponto, nos enfurecemos: Valmorain, um fazendeiro rico; o seu filho Maurice; o sábio Parmentier; o militar Relais e a cortesã mulata Violette; Tante Rose, a curandeira e  Gambo, o galante escravo rebelde. Como sempre, Isabel Allende encheu este livro de mulheres e de homens, escravos ou não, cheios de dúvidas, inseguranças e medos, tornando-os tão reais que acabamos, de um forma ou de outra, ama-los a todos.

Muito ao jeito de Isabel Allende, também não falta, neste romance, a componente esoterica/espiritual que é uma característica da autora: esta relaciona-se, sobretudo com Tante Rose, uma escrava curandeira e misteriosa.

É sempre um prazer ler esta escritora, simplesmente porque a forma como escreve transportaa o leitor para a acção do livro, as personagens são sempre especiais e as emoções estão sempre ao rubro. Este livro, consagra, mais uma vez, Isabel Allende como uma das minhas escritoras favoritas!

 A Autora:
 Isabel Allende nasceu em 1942 no Peru. Viveu no Chile entre 1945 e 1975, com largos períodos de residência noutros locais, na Venezuela até 1988 e, desde então, na Califórnia. Em 1982, o seu primeiro romance, A casa dos espíritos, converteu-se num dos títulos míticos da literatura latino-americana. Seguiram-se muitos outros, todos êxitos internacionais. A sua obra está traduzida em trinta e cinco línguas. Recentemente, foi galardoada com o Prémio Nacional de Literatura do Chile.

A minha classificação:  6 - Muito Bom.

Período de Leitura: Iniciado em 1 de Novembro e terminado a 14 Novembro.

20/11/2013

Assassino sem Rosto - Henning Mankell OPINIÃO!!!!

Editorial Presença|256 Páginas


Primeiro volume da série de livros protagonizada por Kurt wallander,  investigador da polícia de Ystad.


Dois idosos são brutalmente assassinados na sua quinta e wallander é chamado a investigar. 


Wallander tem uma série de problemas pessoais por resolver e tenta que isso não o prejudique nas investigações. 


Tudo ganha novo impulso quando se começa a desconfiar que os prováveis assassinos são estrangeiros, muito provavelmente refugiados e é nesse contexto que surgem revoltas, sobretudo de neo nazis que são contra qualquer tipo de protecção a refugiados ou estrangeiros, seja de que nacionalidade forem.  Asim, temos um quadro social da Suécia aquando da narrativa, ou seja, em 1991,  e que dá bem que pensar. 


O tema central deste policial é a Xenofobia e o racismo e Henning Mankell traça uma descrição dos Suecos nada favorável a esse respeito.


Este é um polícial que, na minha opinião,  peca por duas coisas: primeiro não tem muita acção e segundo o final não é nada surpreendente. 


Sinceramente estava a contar com mais mas o que me cativou nesta leitura foi mesmo a personagem Kurt wallander,  que me parece ser um poço de surpresas! A ver vamos nos próximos livros que compõem esta série...

Sobre o Autor:
Henning Mankell nasceu em Estocolmo, no ano de 1948. Durante muito tempo foi dramaturgo e director de teatro. Actualmente é o Director do Teatro Avenida em Maputo, Moçambique. Desde 1990 que consagrou a sua obra literária aos policiais encabeçados por Kurt Wallander, tendo, até ao momento, uma série de oito livros publicados. Em Kurt Wallander, Henning Mankell procurou recriar um policia "à moda antiga" que tenta, a todo o custo, lutar contra uma Suécia moderna em que imperam ideias racistas e de extrema violência. Através de uma mistura única entre o Noir americano e a melancolia existencial comum aos europeus, Mankell descreve um mundo onde o crime é solucionado através de inspiração pura ou por simples trabalho enfadonho, e onde o espectro da nossa própria mortalidade é uma condição intrínseca e incontornável para cada um de nós.

Classificação: 5 - Bom

Período de Leitura : De 25 a 30 de Outubro de 2013

17/11/2013

A História de um Sonho - Arthur Schnitzler OPINIÃO!!!

Colecção Mil Folhas, Público| 95 Páginas


Este é um clássico da literatura diferente dos que já li até hoje: é sobretudo uma reflexão sobre o significado do sonho e de como este pode afectar ou não o nosso quotidiano.

No dicionário de língua portuguesa “Sonho” significa: associação de imagens, frequentemente desconexas ou confusas, que se formam no espírito da pessoa enquanto dorme; Fig. Ilusão, fantasia, devaneio, utopia: o sonho acabou.

É em torno desta definição que gira toda a narrativa:  é-nos apresentado um casal, Fridolin e Albertine que um dia decidem por mútuo acordo contarem algumas coisas um ao outro, episódios que aconteceram consigo próprios e de que o outro nunca suspeitaria. Atracções fugazes e sem nenhum desenlace comprometedor formam a base das revelações mútuas. 

Albertine tem um sonho, que até poderia ser real, que talvez o próprio inconsciente dela poderia desejar que fosse real; Fridolin vive uma experiência completamente rocambolesca, com imenso mistério e suspense, em que muitas vezes toca a fronteira do "proibido", sem nunca a ultrapassar, talvez mais pelas próprias circunstâncias que pela sua própria vontade, algo que nem ele próprio chegará alguma vez a saber.

Albertine conta a Fridolin o seu sonho, que parece tão real, e que Fridolin leva tão a sério que o julga real, e Fridolin conta a Albertine a sua experiência, que Albertine toma, naturalmente, como um sonho, pois o seu sonho teve tanto de realidade como a realidade que Fridolin viveu teve de sonho. O desenlace do romance torna-se imprevisível aos nossos olhos até às últimas páginas, magnificamente concluídas pelo autor do romance.

À medida que ia lendo fui-me recordando do filme “De Olhos Bem Fechados” com Tom Cruise e do realizador Stanley Kubrick mas só depois tive a certeza que este realmente foi baseado neste clássico da literatura.

Um pequeno ensaio-romance sobre a questão do sonho, em sentido real e figurado, trocando-nos as voltas e levando-nos a interrogações sobre as motivações íntimas do nosso ser, tantas vezes enclausurado dentro de regras e formalidades que criamos para nós próprios, mas que, se não existissem, também não permitiriam termos uma vida minimamente consistente.

O sonho pode ser realidade, e a realidade que vivemos pode até nem passar de um sonho. O que é o sonho e o que é de facto real?

Um livro que nos faz pensar, bastante filosófico ( a meu ver exageradamente filosófico) e cujo tamanho ajudou à leitura: o arrastar da narrativa e a complexidade do tema, faria com que muito provavelmente deixasse o livro a meio caso este fosse mais volumoso.


O Autor:
Filho de um médico judeu de renome, Arthur Schnitzler também estudou medicina na Universidade de Viena, tendo chegado a escrever uma tese sobre o tratamento hipnótico das neuroses; porém, foi à literatura que dedicou a vida. Romancista, contista e dramaturgo de excepção, viu reconhecidos os seus méritos literários nos anos 90 do século XIX, não sem controvérsia, como é costume com os que vão à frente no seu tempo. A ideologia nazi havia de proibir-lhe as obras, tanto na Alemanha como na Áustria.

Período de Leitura: De 20 a 25 de Outubro de 2013.

Classificação: 4 - Interessante
 

08/11/2013

Balanço Literário de Outubro e Viagens literárias a realizar em Novembro:)

As leituras de Outubro correram muito melhor do que no mês de Setembro, que foi uma desgraça!

Tinha pensado ler durante o mês de Outubro os seguintes livros:


Destes livrinhos li em Outubro:
 - Uma Espia no meu Passado - Lucinda Riley (Opinião Aqui!);
 - A História de um sonho - Arthur Schnitler (Desafio clássicos - Opinião publicada em breve):
 - Assassino sem rosto - Henning Mankell (Opinião publicada em breve).

Por ler ficaram:
 - A Ilha debaixo do mar - Isabel Allende (a ler no momento);
 - A Sentinela - Richard Zimler (que conto ler ainda este ano!). 

Em conclusão, em Outubro li três dos cinco livros a que me comprometi o que não foi mesmo nada mau:)

Em Novembro, as minhas viagens literárias serão menos ambiciosas do que nos meses anteriores porque, por um lado, são livros  com bastantes páginas e por outro lado pretendo que seja um mês em que possa cumprir os meus objectivos literários.

Assim, as minhas leituras de Novembro serão:


- A Ilha debaixo do mar - Isabel Allende;
- Ninguém me conhece como tu - Anna McPartlin;
- Quando o Cuco Chama - Robert Galbraith;
- As Lágrimas de Lúcifer - James Thompson.

E ainda:

- Persuasão - Jane Austens (Desafio Clássicos Novembro).

Que acham das minhas leituras? Já leram alguns destes livrinhos? Que acharam?

Os Autores nas estantes

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