24/05/2013

O Xangô de Baker Street - Jô Soares OPINIÃO!!!!

Edição/reimpressão: 1998

Páginas: 280

Editor: Editorial Presença

ISBN: 9789722320313









Sinopse:
Estamos em 1886, o ano da primeira e triunfal tornée de Sarah Bernhardt no Brasil. Na corte de D.Pedro II, passa-se um facto estranho: desaparece o último Stradivarius fabricado, oferecido pelo próprio à baronesa de Avaré. Ao mesmo tempo alguém começa a assassinar jovens mulheres, decepando-lhes sistematicamente as orelhas e deixando nos corpos uma corda de violino. Sherlock Holmes é convidado a resolver o estranho caso. Misturando realidade e ficção, Jô Soares fez deste enredo o ponto de partida de um extraordinário e inspirado romance que ressuscita com rigor histórico os coloridos e contrastantes ambientes do Rio oitocentista.

A minha Opinião:
Depois de ter lido “As Esganadas” do mesmo autor e ter gostado muito, fiquei com muita vontade e curiosidade de ler os seus restantes livros.

Mais uma vez, Jô Soares conduz-nos para o crime no Rio de Janeiro e, misturando personagens reais com ficcionais, elabora uma trama repleta de humor, mistério, romance e muitas surpresas.

Como o próprio título indicia, este livro tem como principais protagonistas uma dupla que já conhecemos das obras de Sr. Arthur Connan Doyle : Sherlock Holmes e o seu inseparável amigo Dr. Watson. Todavia, contrariamente às personagens originais, estes são descritos com muita ironia e têm atitudes verdadeiramente hilariantes uma vez que Jô Soares fez questão de os caracterizar como personagens um pouco endiabradas e que devem pouco à inteligência.

Para além destas duas personagens, junta-se-lhes também outras que marcaram a época em que acção decorre, o final do século XIX, como por exemplo D. Pedro II ou Sarah Bernhardt.

Percorrendo as ruas do Rio de Janeiro, deparamos com a descrição de uma série de crimes com uma particularidade: a todas as vítimas são cortadas as orelhas e surgem juntamente com cordas de um violino stradivarius desaparecido.  É neste contexto que o detective responsável pelo caso pede ajuda ao famoso detective Sherlock Holmes e à medida que a investigação vai avançando, surge a origem de palavras que actualmente tão bem conhecemos como “caipirinha” e “serial killer”.

Neste livro há ainda lugar para o romance e para o inesperado, sobretudo o final, que me surpreendeu sobremaneira!

Pessoalmente, como adoro humor e crime, este livro representou para mim uns momentos de lazer muito enriquecedores em que soltei umas grandes gargalhadas o que sublinhou ainda mais a minha admiração por este grande escritor da literatura brasileira.

O Autor:
Jô Soares nasceu em 1938, no Rio de Janeiro. Humorista, dramaturgo, comediante e apresentador de TV, é autor de outros romances, nomeadamente, O Xangô de Baker Street e O Homem Que Matou Getúlio Vargas, ambos publicados pela Presença e que, em conjunto, registaram vendas superiores a um milhão de exemplares.

A minha classificação: 6 – Muito Bom.

Período de Leitura: De 12 a 14 de Maio de 2013.

20/05/2013

Madame Bovary - Gustave Flaubert OPINIÃO!!!!



Editora: Europa – América (livro de bolso)

Nº páginas: 307















Sinopse:
«Madame Bovary sou eu», disse uma vez Flaubert, a quem o êxito do seu romance publicado em 1856 acabou por irritar, de tal modo eclipsou os seus outros livros.
Ema Bovary persegue a imagem do mundo que lhe é dada por uma certa literatura desligada da realidade. Arrastada pelas suas ilusões, a mulher do prosaico Carlos Bovary imagina-se uma grande amorosa.
A realidade revela-se impiedosa. E, no entanto, Madame Bovary, na época judicialmente perseguido devido à sua «cor sensual» e à «beleza provocadora de Ema», está longe de ser essa lição de realismo que muitos nele quiseram ver.

A minha Opinião:
A leitura de clássicos tem-me aberto as portas para a descoberta de novos escritores e de novas formas de escrita. “Madame Bovary” é um destes exemplos.

A acção do romance decorre no séc.XIX, nos arredores de Paris e tem como personagens principais Charles Bovary e Emma, futura Madame Bovary.

Este livro retrata, sobretudo, a sociedade da época. Contudo, o papel da mulher é primordial e não surge, como em muitos romances deste período, como alguém sem personalidade. Bem pelo contrário: Emma tem uma personalidade forte, permanentemente insatisfeita, tanto moral como intelectualmente e procura outros horizontes e outras aventuras para melhorar o seu dia-a-dia. A complexidade desta personagem é o que conduz,, a meu ver,  ao final trágico e surpreendente do livro.

Aliás, o facto do escritor introduzir neste livro o tema do adultério fez com que a sociedade francesa se insurgisse contra o mesmo e ,por isso, Gustave Flaubert foi levado a tribunal.

A faceta sonhadora de Emma leva-a a apaixonar-se por um homem que não era o que ela pensava e quando toma consciência desse facto, Emma conclui que afinal as aparências iludem e que provavelmente deixou escapar o grande amor da sua vida.

Por entre aventuras e descrições quotidianas, Gustave Flaubert constrói uma história muito realista, o que constituiu uma novidade naquela época, tendo este livro sido considerado a primeira obra da literatura realista. 

De facto, ao ler este livro por várias vezes me lembrei de um grande escritor português que tem também como base o realismo na sua escrita: Eça de Queiroz. 

Enquanto lia este clássico fiquei com a sensação que estava perante um filme, em que as cenas se sucediam facilmente perante os meus olhos e isto contribuiu para apreciar este livro.

Identifiquei-me, inclusivamente, com Emma na medida em que, tal como ela, as leituras fazem-me sonhar!

Para além do romance, este livro inclui uma crítica à sociedade, à burguesia, ao clero e à religião.

O realismo das descrições de personagens e do seu quotidiano, transformou Madame Bovary num dos melhores clássicos da literatura que li até hoje!

O Autor:
Romancista francês, Gustave Flaubert nasceu a 8 de Dezembro de 1821, em Rouen, França, e morreu a 8 de Maio de 1880, em Croisset.
A sua incursão na literatura começou na escola e data de 1837, ao redigir num jornal de estudantes, Art et Progrès, e depois a revista Le Colibri. Quando já tinha adiantada a redacção de La Tentation de Saint Antoine, interrompeu-a para escrever o seu grande romance Madame Bovary, que em 1857 foi publicado em folhetins na Revue de Paris. Esta obra, que lhe custou cinco anos de trabalho, iria também levá-lo à barra do tribunal, em 1858, por atentado contra os bons costumes. Apesar do escândalo, a crítica consagra a obra pela novidade, perfeição e equilíbrio, e as tendências realistas. A obra de Flaubert representa o expoente máximo do romance realista em França e terá influenciado o escritor português Eça de Queirós.

A minha classificação: 6 – Muito Bom.

Período de Leitura: De 6 a 11 de Maio de 2013.

11/05/2013

Resultado do Passatempo "A Filha do Conspirador" de Phillippa Gregory

Este passatempo em colaboração com a Civilização Editora contou com um total de 113 participações, todas válidas.

Muito obrigada a todos os participantes!!

As respostas às perguntas são:
1 - Como se chamam as duas irmãs Neville?
      Ana e Isabel.


2 - Em que ano nasceu Philippa Gregory? 1954.

3 - Quantos livros já foram publicados desta escritora na Civilização Editora? Onze.




De acordo com o sorteio efectuado no programa Random. Org a vencedora foi:

37 - Josiane Gonçalves
 Parabéns!!!! 
 

10/05/2013

D. Estefânia, Um Trágico amor - Sara Rodi OPINIÃO!!!


Edição/reimpressão: 2012

Páginas: 208

Editor: A Esfera dos Livros

ISBN:9789896263867



Sinopse: 

Quando D. Estefânia saiu da igreja de São Domingos, pela mão do seu marido D. Pedro V, rei de Portugal, as vozes dos portugueses ditaram-lhe o destino: a rainha vai morta! Vai de capela! Três gotas de sangue haviam-lhe manchado o vestido branco imaculado. A jovem princesa alemã não teve forças para aguentar o peso do magnífico diadema que D. Pedro lhe oferecera como prova do seu amor. Um amor cúmplice, puro e apaixonado, entre duas almas gémeas unidas em propósito, durante 14 meses. Apenas 14 meses8. Escrito na primeira pessoa, num tom confessional e recheado de emoção, a autora Sara Rodi revela-nos a apaixonante história de D. Estefânia Hohenzollern- Sigmaringen. Uma rainha que muitos portugueses viram como um anjo que lhes trouxe a esperança que tanto lhes faltava, sempre disposta a ajudar os mais pobres e desfavorecidos. Não fez mais porque morreu jovem aos 22 anos. Sem ter deixado um herdeiro para o trono de Portugal. Mas deixando um último pedido: a construção de um novo e moderno hospital que prestasse assistências às crianças pobres e desvalidas. O Hospital D. Estefânia. D. Pedro cumpriu o último desejo da sua mulher, mas o rei Muito Amado de Portugal não resistiu à morte de Estefânia e dois anos depois partiu para junto dela.

A minha Opinião:
A História de amor entre D. Pedro V e a rainha que é minha homónima, D. Estefânia, é trágica mas também pautada por um forte romantismo que sempre me interessou e fascinou.

Narrado na primeira pessoa, D. Estefânia relata a sua história desde que chega a Portugal até ao momento da sua morte, passados somente 14 meses. Uma morte prematura que fez com que os portugueses ficassem sem uma das rainhas mais humanas e bondosas que conheceu em toda a sua História.

No leito de morte, D. Estefânia descreve as suas aventuras e desventuras num Portugal que desconhecia ao mesmo tempo que enaltece o grande amor da sua vida.

Sara Rodi escreve este romance histórico de uma forma muito realista e emotiva, de tal modo que parece estarmos a vivenciar pessoalmente os factos descritos. A forte componente sentimental emociona e sensibiliza os leitores ao mesmo tempo que podem aprender mais sobre a História de Portugal.

Já tinha conhecimento que este amor entre Pedro e Estefânia era e foi muito forte mas a leitura deste livro só veio acentuar ainda mais essa ideia.

D. Estefânia, de origem alemã, foi uma mulher muito crente em Deus, bondosa e que se preocupava em praticar o bem sem esperar nada em troca. Ajudou muitos cidadãos, portugueses e alemães, na sua luta pela sobrevivência em tempos difíceis. Apesar de tímida, era determinada e o amor que nutria por Pedro alimentava também a sua vida.

Pedro e Estefânia tiveram uma relação peculiar, baseada sobretudo na forte amizade que os unia e o seu amor nunca chegou a ser consumado e a razão disto ficou por esclarecer.

Este amor foi de tal maneira forte que, passado pouco tempo da rainha D. Estefânia falecer, D. Pedro juntou-se-lhe no céu (coincidência ou não? nunca o saberemos…), mas não sem antes iniciar o último pedido da sua amada: construir um hospital moderno que prestasse assistência a crianças pobres e desfavorecidas, o Hospital D. Estefânia.

Esta foi uma leitura muito emotiva, provavelmente por me identificar um pouco com D. Estefânia na sua personalidade ou talvez por esta ser uma das histórias de amor mais bonita e sincera que já conheci! Como romântica que sou não poderia ficar indiferente a este amor e fiquei a conhecer mais e melhor sobre a História de Portugal (já que é notória a preocupação da escritora na precisão histórica, pautada por uma forte pesquisa).

Recomendo sem reservas!!!Gostei muito!!

“ O conforto só nos conforta quando sabemos que os outros estão também confortáveis. Caso contrário, não há conforto possível quando a consciência nos pesa” – p.39.

“ Não sei que tamanho tem o meu coração, nem sei qual é a justa medida da sua responsabilidade. Mas sei que hoje, prestes a partir para junto daquele que me permitiu viver, se alguma mágoa sinto é só a de não ter feito ainda mais” – p. 46.

Um dia juntar-te-ás a mim e seremos novamente felizes, lá, onde o sofrimento não existe e a paz é eterna. Os nossos passeios de mãos dadas serão dados pelas nuvens, e os nossos pés não ficarão cansados porque teremos asas. Da morada celeste, continuaremos a velar por Portugal e a continuar a obra que aqui deixa-mos.” – p.96.

A Autora:
Sara Rodi escreveu o primeiro «livro» aos 6 anos, para oferecer à professora... e desde então nunca mais parou. Conquistou alguns prémios, mas foi no romance que se destacou quando, em 2000, com 22 anos, lançou A Sombra dos Anjos e Frio (reeditado em 2011). Enveredou depois pela área do guionismo e participou na escrita de inúmeras novelas, como Queridas Feras, Mundo Meu ou Vingança e séries para televisão como Uma Aventura ou Maternidade. Criou, com Ana Correia Tavares, O Livro da Minha Vida, que se dedica à publicação de biografias personalizados com edições limitadas. A maternidade fê-la render-se à literatura infantojuvenil e tem já editados mais de 20 livros para o público mais jovem, que leva a escolas e bibliotecas de todo o país.

A minha classificação: 7 – Excelente!

Período de Leitura: De 28 a 1 de Maio de 2013.

Os Autores nas estantes

Agatha Christie (7) Albert Camus (1) Alexandre Dumas (2) Almudena de Arteaga (2) Amalia Decker Marquez (1) Ana Cristina Silva (2) Andrea Vitali (1) Andy Tilley (1) Anita Notaro (1) Anna McPartlin (2) Annie Murray (2) Anthony Capella (1) Antonio Hill (1) Arthur Schnitzler (1) Arturo Perez - Reverte (1) Audrey Niffenegger (1) Ayelet Waldman (1) Boris Vian (1) Bram Stocker (1) Brian Freeman (1) Camilla Lackberg (6) Care Santos (1) Carlos Ruiz Zafón (2) Cecelia Ahern (1) Charlotte Brontë (1) Colleen McCulloug (3) Dan Brown (2) Daniel Silva (1) David Foenkinos (1) David Nicholls (1) David Safier (1) Dennis Lehane (1) Diane Setterfield (1) Donato Carrisi (2) Edith Wharton (1) Elizabeth Adler (1) Elizabeth Edmondson (1) Elizabeth Gilbert (1) Elizabeth Haynes (1) Elizabeth Hickey (1) Eloisa James (1) Eric-Emmanuel Schmitt (1) Fabio Volo (1) Florencia Bonelli (1) Franz Kafka (1) Fred Vargas (2) George Orwell (1) George R.R. Martin (1) Gustave Falubert (1) Guy de Maupassant (1) H.P.Lovecraft (1) Harlan Coben (2) Haruki Marukami (2) Henning Mankell (2) Henry James (1) Inês Pedrosa (1) Isabel Allende (3) Iza Salles (1) J.K.Rowling (1) James Thompson (2) Jamie Ford (1) Jane Austen (2) Jean Rhys (1) Jennifer Haymore (2) Jessica Bird (1) Jill Abramson (1) Jô Soares (2) John Boyne (1) John Verdon (2) Jojo Moyes (3) Jonathan Santlofer (1) José Rodrigues dos Santos (5) José Saramago (6) Joseph Conrad (1) Jude Deveraux (2) Julia Navarro (1) Julie Garwood (1) Júlio Magalhães (2) Karen Kingsburry (1) Kate Jacobs (1) kate Morton (3) Ken Follett (5) Lars Kepler (3) Leo Tolstoi (1) Lewis Carroll (1) Lisa Gardner (1) Lívia Borges (1) Lucinda Riley (2) Luís Miguel Rocha (4) Machado de Assis (1) Madeline Hunter (2) Marguerite Duras (1) Mário Vargas Losa (2) Matilde Asensi (1) Michael baron (1) Miguel Sousa Tavares (1) Mo Hayder (1) Nicholas Sparks (2) Nicky Pellegrino (1) Nicolas Barreau (2) Nora Roberts (4) Nuno Markl (1) Oscar Wilde (1) Paulo M. Morais (1) Philippa Gregory (3) R.J.Palacio (1) Ricardo Araújo Pereira (1) Ricardo Menendez Sálmon (1) Richard Zimler (1) Robert Louis Stevenson (1) Robert Wilson (1) Rosamund Lupton (2) Rosamunde Pilcher (1) Sandra Brown (2) Sandra Worth (1) Sara Rodi (1) Sarah Addison Allen (3) Slavomir Rawicz (1) Stefan Sweig (1) Stephen King (1) Stephenie Meyer (4) Steven Saylor (1) Stieg Larson (3) Susanna Kearsley (1) Susanna Tamaro (1) Tara Moss (1) Thomas Mann (1) Torey Hayden (1) Tracy Chevalier (2) Wilkie Collins (1) WM. Paul Young (1) Yann Martel (1) Yasunari Kwabata (1) Yrsa Sigurdardóttir (1)