O que me despertou o interesse
por este livro foi sem dúvida a sinopse: trágica mas ao mesmo tempo profunda e
sentimental, referente à relação entre pai e filha e à busca de resposta por um
passado muito complexo.
À medida que me fui embrenhando
na leitura notei que a narrativa se baseia numa alternância entre o presente e
os episódios de infância da personagem principal Eden, pelas vozes tanto desta
como do pai, David.
David, afectado por graves
transtornos mentais e após uma tentativa de suicídio, vê-se obrigado pela força
das circunstâncias a abandonar a família e isto marca toda a vida de Eden.
Assistir às descrições tanto de
Eden durante a infância que procura fazer com que o pai se sinta bem, assim como
de David, com todo o seu sofrimento, marcou-me profundamente e faz deste
romance algo muito mais profundo: uma reflexão sobre a vida, sobre como de um
dia para o outro tudo pode mudar no seio de uma família, como isso afecta todos
os seus membros e como um Homem lida com o seu transtorno mental, de uma forma
bastante sofrida e sem encontrar uma saída para a sua vida.
Passados vinte anos, Eden uma
reputada chef de cozinha, tenta reencontrar o pai e nessa busca incessante vai
ter a um albergue para sem abrigos que modificará para sempre a sua vida: aí
conhece Jack por quem se apaixona e é ele que a ajuda nessa demanda.
Apesar de ser um livro comovente,
a escritora Amy Hatvany consegue inserir pequenas notas de humor que descontraem
o leitor por entre o drama de toda a vida de Eden. Paralelamente, a
caracterização das personagens é muito bem estruturada e as descrições pessoais
das mesmas fazem com que exista uma grande proximidade entre as mesmas e o
leitor.
Esta é uma história que infere
sobre diferentes temáticas sociais tais como o alcoolismo, a tentativa de suicídio,
problemas mentais, o divórcio e alterna essas realidades com uma história de
amor que vemos crescer gradualmente.
Em suma, é um livro marcante, que
nos faz rir e chorar e pensar muito no sentido da vida!
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