06/04/2013

Bel - Ami - Guy de Maupassant OPINIÃO!!!!



Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 396
Editor: Book.it
ISBN: 9789898362568








Sinopse:
Georges Duroy, de alcunha Bel-Ami, é um homem jovem e de belo físico. Um encontro ocasional mostra-lhe o caminho da ascensão social. Apesar da sua vulgaridade e ignorância, consegue integrar a alta sociedade apoiando-se nas amantes e no jornalismo.
Cinco mulheres vão sucessivamente iniciá-lo nos mistérios da profissão, nos segredos da vida mundana e assegurar-lhe o êxito ambicionado. Nesta sociedade parisiense, em plena expansão capitalista e colonial, a Imprensa, a política e a finança estão estreitamente ligadas. E as mulheres educam, aconselham e manobram na sombra.
Mas, por trás das combinações políticas e financeiras e do erotismo interesseiro, está a angústia que até um homem como Bel-Ami transporta consigo.
Bel-Ami é um dos romances mais vezes transposto para o cinema.
Em 2011 os realizadores Declan Donnellan e Nick Ormerod rodaram um novo filme, com os actores Robert Pattinson (no papel de Georges Duroy), Uma Thurman (Madeleine Forestier), Kristin Scott Thomas (Virginie) e Christina Ricci (Clotilde).


A minha Opinião: 


Penso que já referi anteriormente mas volto a frisar: ler clássicos da literatura não é uma tarefa simples porque na sua essência têm muito mais para dar ao leitor do que parece à primeira vista. São leituras subjectivas, sendo uns livros mais difíceis de ler do que outros, mas todos têm a capacidade de nos fazer pensar ao virar de cada página.

Este livro não é excepção.

Neste livro oitocentista, o autor, Guy de Maupassant, descreve minuciosamente as personagens, sobretudo do ponto de vista psicológico, ponto de parte as descrições dos locais e dos hábitos da época. Esta foi uma das características que me chamou imediatamente a atenção porque contrariamente à maioria dos escritores que aliam a personagem às descrições dos cenários envolventes, Guy de Maupassant foca-se na personagem principal, Georges Duroy, e tudo gira em torno dele. De facto, este escritor francês baseava-se na observação fiel da realidade e na experiência para demonstrar que o indivíduo é determinado pelo ambiente e sobretudo pela hereditariedade.

Esta tendência é notória pela personagem principal, o Bel – ami, como é chamado pelos amigos.

No início da acção, Bel –ami vê-se inserido entre duas realidades: a pobreza e a riqueza. Tem um trabalho mal remunerado que o deixa na miséria e passa por momentos penosos de fome, abandono e solidão. Mas Georges ou Bel-ami tem a sorte de encontrar nas ruas de Paris um velho amigo dos tempos da Guerra, Charles Forestier. Este, vendo a situação do amigo oferece-se para o ajudar e num jantar com o chefe refere o seu nome para integrar a redacção do jornal onde trabalha, La Vie Française.

É a partir desse momento que toda a vida de Georges muda: passa rapidamente da pobreza à possibilidade de singrar na vida, muda hábitos e esbanja dinheiro. Pouco a pouco, tomamos consciência das mudanças que ocorrem na personagem.

Bel – ami é, a meu ver, ganancioso, ambicioso, materialista e sem escrúpulos que não olha a meios para atingir os seus fins. Para o seu sucesso contribui, ainda, a sua beleza e o seu charme, trunfos que utiliza para seduzir praticamente todas as mulheres que lhe vão surgindo na vida e através das quais vê mais e melhores oportunidades de subir no estatuto social.

Esta personagem teve a capacidade de me irritar ao longo de toda a leitura e talvez por isso tenha demorado mais tempo a ler este livro. Bel – ami é desprezível e que passa por cima de tudo e de todos, incluindo amigos, e quem lhe dá a mão para ter sucesso na vida.

Por outro lado, as mulheres que se deixam enganar pelo seu charme também me conseguiram abespinhar pela sua ingenuidade e cegueira!

Este clássico desperta emoções e Guy de Maupassant consegue criar um romance marcadamente psicológico, ao mesmo tempo que dá a conhecer aos leitores a constituição histórica da vida parisiense no final do século XIX. E consegue, ainda, colocar a questão: o que a ambição desmedida pode fazer a um Ser Humano?

É, em suma, um livro interessante, complexo e refectivo que não nos deixa indiferente.


O Autor:
Guy de Maupassant, escritor e poeta francês com predileção para situações psicológicas e de crítica social com técnica naturalista. Foi um influente escritor europeu, trazendo em sua bagagem de seguidores o escritor irlandês James Joyce. Além de romances e peças de teatro, Maupassant deixou 300 contos, todos obras de grande valor. Faleceu num manicómio pouco antes de completar 43 anos após uma tentativa de suicídio.

A minha classificação: 4 – Interessante.


Período de Leitura: De 20 a 29 de Março de 2013.

Sem comentários:

Os Autores nas estantes

Agatha Christie (7) Albert Camus (1) Alexandre Dumas (2) Almudena de Arteaga (2) Amalia Decker Marquez (1) Ana Cristina Silva (2) Andrea Vitali (1) Andy Tilley (1) Anita Notaro (1) Anna McPartlin (2) Annie Murray (2) Anthony Capella (1) Antonio Hill (1) Arthur Schnitzler (1) Arturo Perez - Reverte (1) Audrey Niffenegger (1) Ayelet Waldman (1) Boris Vian (1) Bram Stocker (1) Brian Freeman (1) Camilla Lackberg (6) Care Santos (1) Carlos Ruiz Zafón (2) Cecelia Ahern (1) Charlotte Brontë (1) Colleen McCulloug (3) Dan Brown (2) Daniel Silva (1) David Foenkinos (1) David Nicholls (1) David Safier (1) Dennis Lehane (1) Diane Setterfield (1) Donato Carrisi (2) Edith Wharton (1) Elizabeth Adler (1) Elizabeth Edmondson (1) Elizabeth Gilbert (1) Elizabeth Haynes (1) Elizabeth Hickey (1) Eloisa James (1) Eric-Emmanuel Schmitt (1) Fabio Volo (1) Florencia Bonelli (1) Franz Kafka (1) Fred Vargas (2) George Orwell (1) George R.R. Martin (1) Gustave Falubert (1) Guy de Maupassant (1) H.P.Lovecraft (1) Harlan Coben (2) Haruki Marukami (2) Henning Mankell (2) Henry James (1) Inês Pedrosa (1) Isabel Allende (3) Iza Salles (1) J.K.Rowling (1) James Thompson (2) Jamie Ford (1) Jane Austen (2) Jean Rhys (1) Jennifer Haymore (2) Jessica Bird (1) Jill Abramson (1) Jô Soares (2) John Boyne (1) John Verdon (2) Jojo Moyes (3) Jonathan Santlofer (1) José Rodrigues dos Santos (5) José Saramago (6) Joseph Conrad (1) Jude Deveraux (2) Julia Navarro (1) Julie Garwood (1) Júlio Magalhães (2) Karen Kingsburry (1) Kate Jacobs (1) kate Morton (3) Ken Follett (5) Lars Kepler (3) Leo Tolstoi (1) Lewis Carroll (1) Lisa Gardner (1) Lívia Borges (1) Lucinda Riley (2) Luís Miguel Rocha (4) Machado de Assis (1) Madeline Hunter (2) Marguerite Duras (1) Mário Vargas Losa (2) Matilde Asensi (1) Michael baron (1) Miguel Sousa Tavares (1) Mo Hayder (1) Nicholas Sparks (2) Nicky Pellegrino (1) Nicolas Barreau (2) Nora Roberts (4) Nuno Markl (1) Oscar Wilde (1) Paulo M. Morais (1) Philippa Gregory (3) R.J.Palacio (1) Ricardo Araújo Pereira (1) Ricardo Menendez Sálmon (1) Richard Zimler (1) Robert Louis Stevenson (1) Robert Wilson (1) Rosamund Lupton (2) Rosamunde Pilcher (1) Sandra Brown (2) Sandra Worth (1) Sara Rodi (1) Sarah Addison Allen (3) Slavomir Rawicz (1) Stefan Sweig (1) Stephen King (1) Stephenie Meyer (4) Steven Saylor (1) Stieg Larson (3) Susanna Kearsley (1) Susanna Tamaro (1) Tara Moss (1) Thomas Mann (1) Torey Hayden (1) Tracy Chevalier (2) Wilkie Collins (1) WM. Paul Young (1) Yann Martel (1) Yasunari Kwabata (1) Yrsa Sigurdardóttir (1)