Editora:
Europa – América (livro de bolso)
Nº
páginas: 307
Sinopse:
«Madame
Bovary sou eu», disse uma vez Flaubert, a quem o êxito do seu romance publicado
em 1856 acabou por irritar, de tal modo eclipsou os seus outros livros.
Ema
Bovary persegue a imagem do mundo que lhe é dada por uma certa literatura
desligada da realidade. Arrastada pelas suas ilusões, a mulher do prosaico
Carlos Bovary imagina-se uma grande amorosa.
A
realidade revela-se impiedosa. E, no entanto, Madame Bovary, na época
judicialmente perseguido devido à sua «cor sensual» e à «beleza provocadora de
Ema», está longe de ser essa lição de realismo que muitos nele quiseram ver.
A
minha Opinião:
A leitura de clássicos tem-me aberto as
portas para a descoberta de novos escritores e de novas formas de escrita. “Madame
Bovary” é um destes exemplos.
A acção do romance decorre no séc.XIX, nos
arredores de Paris e tem como personagens principais Charles Bovary e Emma,
futura Madame Bovary.
Este livro retrata, sobretudo, a sociedade da
época. Contudo, o papel da mulher é primordial e não surge, como em muitos
romances deste período, como alguém sem personalidade. Bem pelo contrário: Emma
tem uma personalidade forte, permanentemente insatisfeita, tanto moral como
intelectualmente e procura outros horizontes e outras aventuras para melhorar o
seu dia-a-dia. A complexidade desta personagem é o que conduz,, a meu ver, ao final trágico e surpreendente do livro.
Aliás, o facto do escritor introduzir neste
livro o tema do adultério fez com que a sociedade francesa se insurgisse contra
o mesmo e ,por isso, Gustave Flaubert foi levado a tribunal.
A faceta sonhadora de Emma leva-a a
apaixonar-se por um homem que não era o que ela pensava e quando toma consciência
desse facto, Emma conclui que afinal as aparências iludem e que provavelmente
deixou escapar o grande amor da sua vida.
Por entre aventuras e descrições quotidianas,
Gustave Flaubert constrói uma história muito realista, o que constituiu uma
novidade naquela época, tendo este livro sido considerado a primeira obra da
literatura realista.
De facto, ao ler este livro por várias vezes
me lembrei de um grande escritor português que tem também como base o realismo
na sua escrita: Eça de Queiroz.
Enquanto lia este clássico fiquei com a
sensação que estava perante um filme, em que as cenas se sucediam facilmente
perante os meus olhos e isto contribuiu para apreciar este livro.
Identifiquei-me, inclusivamente, com Emma na
medida em que, tal como ela, as leituras fazem-me sonhar!
Para além do romance, este livro inclui uma crítica
à sociedade, à burguesia, ao clero e à religião.
O realismo das descrições de personagens e do
seu quotidiano, transformou Madame Bovary num dos melhores clássicos da
literatura que li até hoje!
O Autor:
Romancista
francês, Gustave Flaubert nasceu a 8 de Dezembro de 1821, em Rouen, França, e
morreu a 8 de Maio de 1880, em Croisset.
A
sua incursão na literatura começou na escola e data de 1837, ao redigir num
jornal de estudantes, Art et Progrès, e depois a revista Le Colibri. Quando já
tinha adiantada a redacção de La Tentation de Saint Antoine, interrompeu-a para
escrever o seu grande romance Madame Bovary, que em 1857 foi publicado em
folhetins na Revue de Paris. Esta obra, que lhe custou cinco anos de trabalho,
iria também levá-lo à barra do tribunal, em 1858, por atentado contra os bons
costumes. Apesar do escândalo, a crítica consagra a obra pela novidade,
perfeição e equilíbrio, e as tendências realistas. A obra de Flaubert representa o expoente
máximo do romance realista em França e terá influenciado o escritor português
Eça de Queirós.
A minha classificação: 6 – Muito Bom.
Período de Leitura: De 6 a 11 de Maio de 2013.
2 comentários:
Bem legal, gostei mesmo da publicação, parabéns. Já conhece o E-MAI? Ganhe dinheiro na internet sem sair da sua cadeira! Não perca tempo acesse o link do meu convite. Faça seu cadastro e comece a ganhar hoje mesmo!
http://www.e-mai.net/rjs
Mais uma vez a Estefânia publica uma excelente crítica sobre um "clássico" e mostra-nos a sua capacidade de abranger vários géneros literários. O que conta é a qualidade!!!! e um cérebro sem "teias de aranha".
Aproveito para manifestar a minha profunda indignação pela não realização da Feira do Livro do Porto. Revoltante!!!!!!
Enviar um comentário