Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 360
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04483-9
Sinopse:
Alternando realidade e ficção, um romance que nos transporta aos
agitados dias da pós-revolução: o retrato de um país que, entre o PREC e
as eleições livres, procura um novo rumo.
Enquanto nas ruas se decide o futuro de um país, na tipografia de Adamantino Teopisto vive-se um misto de enredo queirosiano, suspense de um policial e ternura de uma novela: com sabotagens, amores proibidos e cabeças a prémio; tudo num ambiente de revolução apaixonado.
O rebuliço generalizado tem repercussões no alinhamento do jornal e no dia a dia das gentes de São Paulo e do Cais do Sodré.
A revolução é o tópico das conversas nas tascas, nas ruas, no prédio da Gazela Atlântica, contribuindo para o exacerbar das tensões latentes entre o patrão Adamantino e os funcionários. A vivacidade de uma estagiária, as manigâncias de um ex-PIDE foragido, os comentários de um taberneiro e as intromissões de um proxeneta e de uma prostituta, agravam ainda mais a desordem ameaçadora que paira no ar.
Nada foi igual na vida dos portugueses após a Revolução dos Cravos. Nada foi igual na vida da "família" Gazela Atlântica após o 25 de Abril.
Enquanto nas ruas se decide o futuro de um país, na tipografia de Adamantino Teopisto vive-se um misto de enredo queirosiano, suspense de um policial e ternura de uma novela: com sabotagens, amores proibidos e cabeças a prémio; tudo num ambiente de revolução apaixonado.
O rebuliço generalizado tem repercussões no alinhamento do jornal e no dia a dia das gentes de São Paulo e do Cais do Sodré.
A revolução é o tópico das conversas nas tascas, nas ruas, no prédio da Gazela Atlântica, contribuindo para o exacerbar das tensões latentes entre o patrão Adamantino e os funcionários. A vivacidade de uma estagiária, as manigâncias de um ex-PIDE foragido, os comentários de um taberneiro e as intromissões de um proxeneta e de uma prostituta, agravam ainda mais a desordem ameaçadora que paira no ar.
Nada foi igual na vida dos portugueses após a Revolução dos Cravos. Nada foi igual na vida da "família" Gazela Atlântica após o 25 de Abril.
A minha Opinião:
A sinopse deste livro foi o que mais me despertou o interesse, a curiosidade e vontade de o ler.
O timing de leitura não poderia ser mais apropriado: li-o pouco tempo depois do dia 25 de Abril, passando pelo 1º de Maio, duas datas que, infelizmente têm passado cada vez mais despercebidos pelos portugueses e que são descritos em pormenor neste romance.
Tenho de alertar quem está a ler esta minha crítica que, por virtude das circunstâncias actuais que o país atravessa, o que vou aqui comentar não é só o livro e a sua narrativa, mas também a pertinência do foco atribuído a muitas situações a que assistimos, também, em Portugal actualmente. Por isso poderão surgir "spoilers" nesta crítica mas que considero fundamentais referir!
Pontuado por uma linguagem acertiva e com uma pitada de humor, "Revolução Paraíso" retrata o nascimento de um jornal inicialmente denominado "Revista de Portugal"( baseada no que Carlos da Maia e João da Ega queriam levar a estampa no livro "Os Maias" de Eça de Queiroz) e, posteriormente, "A Revolta".
A redacção deste jornal é constituída por um conjunto de personagens bastante caricatas, com destaque para Adamantino, César e a Dona Deodete, trio denominado de Santissima Trindade. Os dois primeiros, curiosamente, têm o hábito de citarem obras ou frases de personagens de livros queirosianos, o que considerei de extrema originalidade e conferem ao livro um toque especial.
Alternando personagens ficticias com personalidades históricas, Paulo M. Morais pelas páginas deste romance, vai-nos relatando os acontecimentos que marcaram os portugueses no período compreendido entre o 25 de Abril de 1974 e Dezembro de 1975. Um ano e alguns meses de forte agitação política e revolucionária, que procurou modificar mentalidades e todo um país.
Pessoalmente, sempre me interessou muito esta fase da Hisstória de Portugal e, por isso, os acontecimentos descritos neste livro surgiram-me com muito entusiasmo e a sua leitura revelou-ae uma aprendizgem e um prazer.
Houve, inclusivamente, passagens de momentos históricos que me emocionaram, sobretudo a descrição do dia 25 de Abril de 1975, o dias das primeiras eleições livres! A emoção do povo que saiu à rua descrita neste livro tocou-me de tal modo que tinha vontade de ter lá estado e vivenciar esse dia.
A leitura de "Revolução Paraíso" forneceu informação mas também me deu uma visão crítica e comparativa entre o Portugal de então e o Portugal de agora. E o que restou afinal? Ficou a nostalgia porque, no fundo, tanto se lutou pela liberdade e pela democracia para estarmos, nos dias de hoje, num marasmo cultural, social e político sem precedentes.
Tanto este livro como a série "E depois do Adeus" da RTP , transportam-me para esses tempos em que os ideais eram a arma de um povo, a esperança de um país.
Assim, este livro tem um carácter, não só de leitura linear mas também nos faz reflectir e eu aprecio particularmente livros que me façam pensar.
"Revolução Paraíso" caracteriza-se pelas suas personagens e é um livro de gentes, hábitos e costumes, na vida de um bairro lisboeta.
O único senão que aponto a esta leitura é a personagem Eva, uma "mulher de letras" literalmente, cujos apartes e descrições inseridas no meio dos capítulos, cortam a meu ver a narrativa e serve provavelmente para inferir uma crítica política e aos seus protagonistas.
É um livro interessante, que se lê bem e destinado sobretudo àqueles que gostam de recordar ou querem saber mais sobre o 25 de Abril de 1974 e como esta data mudou, indiscutivelmente, Portugal e o seu povo.
O Autor:
Paulo M. Morais, nascido em 1972, cresceu nos arredores de Lisboa entre jogatanas de futebol, livros de aventuras e matinés de filmes clássicos. Licenciado em Jornalismo, trabalha em imprensa e multimédia. Fez crítica de cinema; especializou-se em gastronomia e viagens. Em 2006, de mochila às costas, deu a volta ao mundo. Nos últimos anos, além de escrever ficção, tem-se dedicado a conhecer e a divulgar o arquipélago dos Açores. Tem uma filha e já plantou um pessegueiro em Trás-os-Montes. Revolução Paraíso é o seu primeiro romance publicado.
A minha classificação: 4 - Interessante.
Período de Leitura: De 1 a 6 de Maio de 2013.
1 comentário:
Tive a enorme felicidade de viver o 25 de Abril de 1975 e o 1º de Maio. Não há palavras para descrever a emoção, entusiasmo, alegria daquelas datas. A Utopia estava ao nosso alcance...
Infelizmente viemos parar e este "esterco". Compete à História julgar estes tempos, que, para mim, são de pura traição.
A crítica da Estefânia leva-me a querer ler este livro logo que posssível...
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