Colecção Minutos Contados|Editorial Presença|372 Páginas|ISBN: 978-972-23-5088-4 |
As expectativas relativamente a
este thriller eram muito elevadas no início da leitura. As opiniões eram muito
positivas, as críticas também e, como tal, a minha vontade de o ler foi
crescendo progressivamente.
Para além destes factores, como é
um livro pertencente à colecção “Minutos Contados” da Editorial Presença e cujas
leituras nunca me desiludiram até agora, foram determinantes para o meu estado
de espírito aquando da leitura do mesmo.
Logo nas primeiras páginas notei
que este thriller seria diferente de todos os outros que li até então: a
narrativa tem início com a transcrição de um julgamento e a partir daí ficamos
com uma ideia geral sobre a temática do livro. Para além disso, assistimos a
uma alternância entre o passado e o presente, em diferentes períodos temporais,
que, confesso, me baralharam inicialmente mas que com a continuação da leitura
foi fazendo perfeitamente sentido.
Catherine Bailey, a personagem
central, vive atormentada por um passado obscuro resultante de uma relação
abusiva. Esta personagem ficou psicologicamente abalada e em consequência disso
tem uma auto-estima diminuída e um grave transtorno obsessivo – compulsivo que
modifica de forma irreversível toda a sua vida. Assistimos, através de uma
narrativa apelativa e, paralelamente, descritiva a todas as obsessões desta personagem,
de tal modo que afecta o próprio leitor na medida em que ficamos chocados e curiosos
com o que realmente terá acontecido nessa relação para devastar de tal modo o
carácter de uma pessoa.
As alternâncias temporais são
fundamentais para entendermos, por um lado, a história amorosa entre Catherine
e Lee e, também, para analisarmos até que ponto essa situação modificou o
carácter de Catherine : antes era uma pessoa feliz, divertida, sem tabus e com
grande sentido de liberdade. Contudo, progressivamente, foi-se modificando,
tornando-se uma mulher em permanente alerta, com medos muitas vezes irracionais
e que não consegue viver a vida em pleno.
A forma de escrita da autora
Elizabeth Haynes é muito atractiva, na medida em que as descrições e a
narrativa têm um tal nível de suspense que prende o leitor do princípio ao fim
do livro. Por sua vez, os episódios abusivos e com grande carga psicológica,
despertam sentimentos ao leitor e isso é uma característica fundamental para
fazer um bom livro.
Emotivo e envolvente, fez com que
ficasse arrepiada muitas vezes tanto com as descrições como com o suspense. Já
para não falar que fiquei a odiar uma personagem, Lee, o impulsionador de todo
o trauma de Catherine e causador de maus tratos.
A componente psicológica inserida
neste thriller é inigualável: nunca li nenhum livro em que a minuciosidade
descritiva da psicose fosse de tal modo retratada e gostei bastante desta
inovação narrativa de Elizabeth Haynes.
Assim, considero esta leitura
muito interessante e devorei-a! Aconselho vivamente e aguardo ansiosamente que
sejam publicados em Portugal mais livros desta escritora!
Sobre a Autora:
Elizabeth Haynes é analista dos serviços secretos da polícia britânica. No Canto mais Escuro,
que marca a sua brilhante estreia na ficção, foi traduzido em 27
línguas e editado em países como o Brasil, China, Japão, Alemanha ou
Estados Unidos, e deixa antever uma promissora carreira literária.
Haynes vive em Kent com o marido e o filho.
Período de Leitura:
De 26 de Setembro a 6 de Outubro de 2013.
Classificação:
7 - Excelente.
1 comentário:
Plenamente de acordo. Excelente livro
com uma forte e muito interessante componente psicológica.
Aproveito para salientar que este blogue está ainda mais atractivo devido à possibilidade de podermos visualizar os "tops" da WOOK. Mais uma forma de dar a conhecer a nossa actividade editorial.
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