17/10/2013

O Estrangeiro - Albert Camus OPINIÃO!!!!





O título da obra dá que pensar: O Estrangeiro remete vulgarmente para alguém que não pertence ao local onde se encontra, onde reside. Contudo, neste clássico de Albert Camus, essa definição é muito mais profunda e não pode nem deve ser encarada literalmente.

A personagem principal, Mersault, vê-se confrontado, numa primeira parte do livro, com a morte súbita e inesperada da mãe. Acompanhamos, assim, essa nova fase da sua vida, bem como o seu romance com Maria e o convívio com outras persongens, também elas, complexas de interpretar.Na segunda parte deste romance, deparamo-nos com um homicidio, difícil de explicar, bem como com as interrogações pessoais de Mersault e o modo como encara o seu julgamento.

"O Estrangeiro" é uma personagem complexa: é um homem invulgar e assistimos, à medida que avançamos na leitura, à descrição das suas emoções e das suas reacções aos percalços que lhe vão surgindo na vida.

A personagem Merault é, no fundo, um permanente insatisfeito, tanto com a sua própria vida, como com a sociedade, não conseguindo, por isso, identificar-se com nada ficando a pairar e a questionar tudo e todos, um "estrangeiro" da sua própria existência.

Apesar de ser um livro pequeno, é também complexo de analisar, sendo um clássico de literatura ímpar e que faz juz à sua classificação.

Visto que nunca tinha lido nada de Albert Camus, resolvi investigar e fiquei a saber que "O Estrangeiro" faz parte do Ciclo do Absurdo, trilogia composta por um romance ("O Estrangeiro"), um ensaio ("O Mito de Sísifo") e uma peça de teatro ("Calígula"). Todos descrevem o aspecto fundamental da filosofia do absurdo defendida pelo escritor: uma composição existencialista que observa as composições criadas entre as duas Guerras Mundiais.

É um livro complexo, mas brilhantemente escrito, que faz o leitor reflectir.

Esta leitura despertou-me o interesse pela obra do autor e, por isso, conto ler mais livros seus.

O Autor:
Escritor e ensaísta francês, Albert Camus nasceu a 7 de Novembro de 1913 em Mondovi, na Argélia.
Em 1937 publicou o seu primeiro livro, uma colectânea de ensaios com o título L'Envers Et L'Endroit (O Avesso e o Direito). No ano seguinte passou a trabalhar como jornalista no Alger Républicain, chegando a fazer uma reportagem detalhada sobre a condição dos muçulmanos da região de Cábila, que lhe valeu as atenções do público e das autoridades goveramentais.
Com a deflagração da Segunda Guerra Mundial, Camus publicou Noces (1939), uma colectânea de ensaios que reflectiam o estado de espírito consequente ao seu divórcio de Simone Hié, morfinómana com quem havia casado alguns anos antes.
Juntou-se ao movimento da Resistência Francesa e, em 1942, publicou um dos seus romances mais conhecidos, L'Étranger (O Estrangeiro), obra que havia começado a compor na Argélia antes do começo da guerra, e que dava início ao estudo do absurdo, constante no seu trabalho, e que representava a prova aparente, segundo Camus, da não existência de Deus.  

Galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1957, Albert Camus faleceu prematuramente, a 4 de Janeiro de 1960, num acidente de viação ocorrido nas cercanias de Sens, em França. 

Período de Leitura: De 18 a 25 de Setembro de 2013.

A minha Classificação: 5 - Bom.

1 comentário:

Antonio Manuel disse...

Mais uma excelente crítica a uma obra
de um grande escritor.

Para além dos livros mencionados não se pode deixar de ler, entre outros, "A PESTE ".

Os Autores nas estantes

Agatha Christie (7) Albert Camus (1) Alexandre Dumas (2) Almudena de Arteaga (2) Amalia Decker Marquez (1) Ana Cristina Silva (2) Andrea Vitali (1) Andy Tilley (1) Anita Notaro (1) Anna McPartlin (2) Annie Murray (2) Anthony Capella (1) Antonio Hill (1) Arthur Schnitzler (1) Arturo Perez - Reverte (1) Audrey Niffenegger (1) Ayelet Waldman (1) Boris Vian (1) Bram Stocker (1) Brian Freeman (1) Camilla Lackberg (6) Care Santos (1) Carlos Ruiz Zafón (2) Cecelia Ahern (1) Charlotte Brontë (1) Colleen McCulloug (3) Dan Brown (2) Daniel Silva (1) David Foenkinos (1) David Nicholls (1) David Safier (1) Dennis Lehane (1) Diane Setterfield (1) Donato Carrisi (2) Edith Wharton (1) Elizabeth Adler (1) Elizabeth Edmondson (1) Elizabeth Gilbert (1) Elizabeth Haynes (1) Elizabeth Hickey (1) Eloisa James (1) Eric-Emmanuel Schmitt (1) Fabio Volo (1) Florencia Bonelli (1) Franz Kafka (1) Fred Vargas (2) George Orwell (1) George R.R. Martin (1) Gustave Falubert (1) Guy de Maupassant (1) H.P.Lovecraft (1) Harlan Coben (2) Haruki Marukami (2) Henning Mankell (2) Henry James (1) Inês Pedrosa (1) Isabel Allende (3) Iza Salles (1) J.K.Rowling (1) James Thompson (2) Jamie Ford (1) Jane Austen (2) Jean Rhys (1) Jennifer Haymore (2) Jessica Bird (1) Jill Abramson (1) Jô Soares (2) John Boyne (1) John Verdon (2) Jojo Moyes (3) Jonathan Santlofer (1) José Rodrigues dos Santos (5) José Saramago (6) Joseph Conrad (1) Jude Deveraux (2) Julia Navarro (1) Julie Garwood (1) Júlio Magalhães (2) Karen Kingsburry (1) Kate Jacobs (1) kate Morton (3) Ken Follett (5) Lars Kepler (3) Leo Tolstoi (1) Lewis Carroll (1) Lisa Gardner (1) Lívia Borges (1) Lucinda Riley (2) Luís Miguel Rocha (4) Machado de Assis (1) Madeline Hunter (2) Marguerite Duras (1) Mário Vargas Losa (2) Matilde Asensi (1) Michael baron (1) Miguel Sousa Tavares (1) Mo Hayder (1) Nicholas Sparks (2) Nicky Pellegrino (1) Nicolas Barreau (2) Nora Roberts (4) Nuno Markl (1) Oscar Wilde (1) Paulo M. Morais (1) Philippa Gregory (3) R.J.Palacio (1) Ricardo Araújo Pereira (1) Ricardo Menendez Sálmon (1) Richard Zimler (1) Robert Louis Stevenson (1) Robert Wilson (1) Rosamund Lupton (2) Rosamunde Pilcher (1) Sandra Brown (2) Sandra Worth (1) Sara Rodi (1) Sarah Addison Allen (3) Slavomir Rawicz (1) Stefan Sweig (1) Stephen King (1) Stephenie Meyer (4) Steven Saylor (1) Stieg Larson (3) Susanna Kearsley (1) Susanna Tamaro (1) Tara Moss (1) Thomas Mann (1) Torey Hayden (1) Tracy Chevalier (2) Wilkie Collins (1) WM. Paul Young (1) Yann Martel (1) Yasunari Kwabata (1) Yrsa Sigurdardóttir (1)